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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O que eu quero ser, quando crescer...

Eu descobri que a gente não é o que a gente quer ser, a gente simplismente é. O que nos faz sermos pessoas boas ou ruins não são simplismente nossos pensanmentos nossos 'quereres'. O SER vai muito além disso, o SER vem do que realmente fazemos, do que realmente queremos e não no que demonstramos. Nem tudo o que agente demonstra é o aquilo que realmente somos.MAS EU DIGO:Entre ser quem eu não sou e agradar a todos e ser eu mesma desagradando, eu prefiro ser uma legítima desagradavel!
Então, para ser uma menina exemplar eu tenho que ter sonhos do tipo: Estudar muito, fazer uma faculdade boa o suficiente para eu arrumar um emprego bom o suficiente para que eu receba o bastante suficiente para ser rica?
- NÃÃO!
Eu quero ter novas possibilidades, quero conhecer novos ares, ter contato com novas pessoas e me apaixonar pela vida... Quero ter dinheiro o suficiente para ter uma vida confortável e não para que os outros vejam que eu sou rica.
Até porque, se for pra escolher entre ter riqueza de espirito e riqueza material, eu fico com o que eu já tenho: A RIQUEZA ESPIRITUAL!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Estrela do mar

Eu era nova, nem consigo destinguir o que é lembrança do que é imaginação. Mas sinceramente? TANTO FAZ! Sejam as lembraças verdadeiras, ou sejam elas verdades inventadas, essas lembraças me fazem bem.
Era verão, e eu adorava tudo aquilo. Aquele cheiro de praia, a maresia, o som das ondas. Tudo perfeito!
Eu, criança, ficava louca quando alguém dizia que eu teria que voltar para casa, minha vontade era ficar na praia o dia todo, e dormir na areia se fosse possível! Quando o sol começava a se pôr eu me animava, sabia que sairia denovo, era a famosa "Caça as estrelas". Íamos eu e a minha tia, andando pela berada d'água, pegando as estrelas do mar que estavam ali e colocando-as dentro da água novamente. Como eu me sentia feliz, pulava... corria, espirrando água na minha tia (santa tia, porque para aguentar uma criança como eu). Dava risadas, eu ria com a alma a felicidade estava transbordando de verdade, e eu nem sabia o porque.
Hoje em dia, com essas lembranças a minha vontade é de chorar, fico triste só em pensar que o lugar que me trouxe tanta alegria, hoje eu desprezo, não sei o porque.. é mais forte do que eu. Ainda bem que o mar e a areia estarão ali sempre, pois uma coisa eu tenho certeza: É O MELHOR LUGAR PARA ESPANTAR A TRISTEZA!
Além de ser o melhor lugar para chorar sozinha, porque as minhas lágrimas o vento leva e elas se juntam ao mar, onde eu mergulho e lavo minha alma!

domingo, 5 de setembro de 2010

Que tal Contos?

Tava pensando aqui, e a minha super imaginação me deu uma ideia. O que acham de eu postar contos aqui no blog?
Sabe, é que eu tenho uma imaginação bem fértil (Graças a Deus, porque é isso que muitas vezes me faz fugir desse mundo)então pensei em usar essa imaginação pra criar contos que postarei aqui no blog, e Quem sabe mais tarde, farei um livro com todos os meus contos publicados aqui? (ah, sonhos são feitos para serem sonhados né!)
Então, preciso do apoio de vocês! O que acham, meus queridos(as)leitores(as)?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Dica de música

Faz um tempo que não apareço por aqui, mas é que minha vida tá a mil e dei prioridade à conversas pessoalmente, abraços e o olho no olho.
Mudando de assunto... hoje eu vim aqui dar uma dica de música.
A música é do Willians Marques, e eu gostei muito da letra e acho que devemos dar mais valor a cultura, principalmente a cultura brasileira.
O nome da música é "Cultura escondida, a saída não lida".
Quem quiser baixar entre no tramavirtual, a música é disponibilizada para download pelo cantor.
A letra é essa daqui:

No meu lar procurando o que fazer
Ligava o rádio nada haver, pior ainda na T.V
Todas as pessoas iguais, todas as músicas iguais, coreografias banais
‘Uma salada, só frutas e nada mais’
Mudava de canal mais parecia tudo igual
Será que são ET’S dominando um mundo desigual?
Agora que a internet veio pra nos ajudar
Com essa inovação o monopólio irá mudar
Pensei sair...me diverti
Vou para o cinema, deve ser melhor, tem insistir
Se é pra relaxar ou pra gente debater
Com certo conteúdo para amadurecer
E ao entrar, imagine que chateação
O mesmo filme não...
‘Não ...o senhor está equivocado, esse filme é novo, é número 12, é continuação..’
Xiii...que enganação
Saia da monotonia (saia da monotonia)
Pois a vida é curta (É leia um livro)
A mudança está em suas mãos (a mudança está em suas mãos) (3x)
Vou pro teatro, agora sim
Entretenimento de qualidade
Cultura de verdade, mais não era realidade
Podia ser sensacional, na teoria
Pois analisar os cartazes vixiii...que agonia
As mesmas, pessoas que estavam na T.V
Apresentam uma peça, estrangeira, por quê?
Temos que dar, mais valor, a nossos escritores
Temos sempre que pensar e mudar nossos valores
Crianças, adolescentes, senhoras e senhores
Vamos brincar de pensar em deletar, nossos temores
Saia da monotonia (saia da monotonia)
Pois a vida é curta (é leia um livro)
A mudança está em suas mãos (3x)
Essa é uma homenagem à todos os escritores brasileiros....
Clarice Lispector, Maíra Viana, Carlos Drummond de Andrade,
Adriana Falção, Cecília Meirelles, Adélia Prado, Lia Luft, Ziraldo...
A mudança está em suas mãos..
Zélia Gattai, Patrícia Melo, Machado de Assis, Rachel de Queiroz,
Lygia Fagundes Telles, Ruthe Rocha, Patrícia Galvão, Fernando Pessoa,
Ana Maria Machado, Vilma Guimarães Rosa, Joyce Calvacante...
A mudança está em suas mãos...
Adriana Lisboa, Ivana Arruda Leite, Adriana Lunardi...
É leia um livro...
Paloma Vidal, Lúcia Leão, Nelson Rodrigues...
Cultura é poder...
A mudança está em suas mãos.

Espero que tenham gostado também, e até o próximo post!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A acomodação e alienação

O mundo hoje está como está devido a acomodação do homem, acomodação essa que traz a alienação.
Nós seres humanos, somos capazes de pensar, refletir e assim filtrar toda a informação recebida, mas muitos não fazem por preguiça e acomodação pela mania de receber e armazenar informações prontas, sem desenvolver seu senso critico e esses se tornam alienados a pontos de vistas alheios que nem sempre são os mais viáveis.
O fato é quea acomodação e a alienação leva a humanidade a um ponto onde as decisões são tomadas por poucos e as consequências sofridas por muitos, no entanto isso pode mudar, só depende da massa se tornar uma massa pensante, com senso critico. Deixando assim de ser pessoas acomodadas e alienadas, afinal a acomodação e a alienação só leva o ser humano a ignorância.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ditadura da maioria

Vivemos em uma democracia onde, pelo menos teoricamente, todos temos os mesmos direitos perante a sociedade. Seria ótimo se na prática funcionasse dessa maneira, mas pelo que tudo indica a coisa é bem diferente.
Vivemos sim em uma "ditadura da maioria", porque se você não concordar com o que a maioria pensa você é o errado. O mais triste em tudo isso é que infelizmente a maioria é alienada e manipulada pela mídia e por opiniões de um pequeno grupo que retém o poder, portanto quem tem o poder gera a informação, informação essa que é passada da forma em que lhe convém para que o poder continue em suas mãos.
Dessa maneira a ditadura da maioria prevalece, já que a maioria é alienada e pensa como a minoria que é quem tem o poder nas mãos.
O que temos que ter em mente é que a opinião única é um atraso de vida, precisamos de mais pessoas que não concordam com tudo o que é dito, precisamos de mais acesso a cultura e mais censo crítico, só assim a democracia vai ser exercida de verdade.
Por esse motivo eu apoio o projeto MPB (música para baixar) e a reforma nos direitos autorais, o que nós precisamos é acesso livre a cultura, direitos iguais a todos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Resposta - Juventude colorida.

Já estava recebendo esporro por ter deixado o blog de lado, então resolvi voltar.
Hoje dando uma olhada nas postagens mais antigas me deparei com comentários no post "juventude colorida" , E CARAMBA! vocês não sabem como estou orgulhosa, tem gente que me criticou e discordou com o meu pensamento, isso me deixa muito feliz porque me mostra que o que eu estou postando aqui é algo digno de criticas e debates.
Li com muita atenção os comentários e percebi que pessoas me entenderam mal, vou me explicar, mas a MINHA OPINIÃO é a mesma e é clara: NÃO GOSTO DE BANDAS COLORIDAS E ACHO QUE ELAS NÃO FAVORECEM A JUVENTUDE DE HOJE. O fato é que quando eu disse que as músicas deles não tinham letras quis dizer "letra critica" que nos leva a pensar e refletir sobre a sociedade no mais, eu sei que essas músicas tem letra, todas as músicas tem letra, né?
Outra coisa é a questão da 'modinha', o que critico não é a moda em si, mas a absorção do que está na moda sem nem se dar o trabalho de pensar em o que aquilo vai te trazer de bom. E EU NÃO SOU UMA ANTI-MODINHA , até porque ser ANTI-MODINHA virou moda. Deixo bem claro que eu já segui modas e ainda sigo, isso faz parte do sistema da sociedade na qual eu vivo, mas antes de eu me "aderir" a alguma moda eu vejo se aquilo será algo bom para mim.
Quanto ao admirar o Cine, Restart e companhia por serem BRASILEIROS acho ridículo, porque para eu gostar de algo não importa se é nacional ou internacional, o que importa é que seja agradável aos meus ouvidos e a minha mente.
Quero deixar bem claro também que respeito todos os tipos de tribo, mas que não sou obrigada a gostar de todas, o que eu deixei bem claro no post em que critico os fanáticos e não as bandas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cidadão de Papelão

To sentindo uma coisa muito boa dentro de mim, acredito que seja FELICIDADE. Satisfação por ter feito algo que acredito ser não um gesto nobre, mas uma quase obrigação.
Todos os dias vou para escola de bicicleta e fico alguns minutos esperando meu namorado sentada na calçada. Por ser 6:30 da manhã, dificilmente, passa alguém. Mas, tem uma pessoa que passa por lá todos os dias, um catador de papelão, uma pessoa como todos nós, mas que muitas vezes parece invisivel. Uma noite dessas estava ouvindo 'o teatro mágico' e a música cidadão de papelão me tocou fundo, comecei então a refletir sobre essas pessoas tão excluidas da sociedade e tratadas muitas vezes como animais. Na manhã seguinte, vi o senhor passando com o seu carrinho e catando papelão, no lixo... Senti algo muito forte em meu coração, e senti a necessidade de olhar para aquela pessoa e dizer: "- BOM DIA!" e foi isso que fiz, com um sorriso no rosto. Naquele momento vi brotar do rosto daquele homem, que me parecia tão sofrido, um sorriso, sorriso sincero, que poucas vezes vi parecido em minha vida. A satisfação foi imensa, e me fez pensar nos pequenos gestos que podemos fazer, mas que muitas vezes deixamos passar desapercebido.
Um sorriso daquele homem me valeu como um troféu. Agora, todos os dias que passo digo um "Bom dia" e parece que o dia que fica melhor é o meu. Não sei se para ele fez alguma diferença, mas para mim fez.

sábado, 19 de junho de 2010

Bem vindo á copa do mundo no Brasil

Como todo mundo já sabe, em 2014 o Brasil sediará a copa do mundo da FIFA. Mérito? Talvez para você, por que para mim é pura burrice.
Até parece que o governo brasileiro não tem mais aonde gastar dinheiro, até parece que aqui no Brasil não tem NINGUÉM passando fome, ninguém morrendo na fila dos hospitais.
Porque é muita cara de pau o governo brasileiro gastar bilhões construindo estádios enquanto tanta gente pobre precisa de hospitais, moradias, educação e saneamento básico.
É claro que a copa do mundo trará um retorno de dinheiro, mas esse 'retorno' vai pro bolso dos donos de hotéis, restaurantes chiquis. E pro bolso do pobre vai alguma coisa? É ÓBVIO QUE NÃO.
E o Brasil continua com essa politica podre, onde as pessoas ricas ficam cada vez mais ricas e as pobres cada vez mais pobres. E a população? continua calada, absorvendo tudo o que é dito pelos meios de comunicação.
Parabéns para quem acredita que a COPA DO MUNDO NO BRASIL é um MÉRITO, porque eu não acredito e não apoio isso.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Que direitos são esses?

Ei, você ... já ouviu falar em direito de liberdade, de livre escolha?
Pois é, agora me responda... onde enfiaram esse direito? Afinal, não temos leis que nos amparam verdadeiramente.
Por exemplo, a rede de concessões públicas para radio-tv, ela é só uma forma dentro da lei de nos aprisionar, afinal não temos o direito nenhum de verdadeira expressão. Porque minha avó não pode ter o direito de ver no telejornal das 8 horas alguém criticando a monopolização dos poderes? A resposta é óbvia meu caro, é porque aquele que tem o poder nas mãos é o dono da emissora.
Pois bem, eu posso sentar enfrente ao computador e pesquisar na internet todos os assuntos que me chamam atenção, mas infelizmente não são todos os brasileiros que podem o mesmo. E enquanto isso não acontece o povo brasileiro vive falsamente feliz absorvendo TUDO o que é dito pela mídia sem o poder de filtrar e decidir o que é bom e o que é ruim, e o pior, isso acontece com todo o apoio da LEI.
E que lei é essa ein ? a lei que dá o "direito" de pessoas serem tratadas como animais em presidios é a mesma lei que nos deixam aprisionados em conceitos cedidos pelos outros.
Aí esta a verdadeira prisão, a prisão do mundo real, aquela prisão sem grades.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Hipocrisia

Como o ser humano pode ser tão hipócrita?
É fácil falar quando não se sente. Nada errado, se ninguém vê.
Como posso julgar alguém sem saber os seus reais motivos?
Pois é, essa é a verdadeira hipocresia da sociedade, quando é com outros tá tudo errado, quando é com agente, temos nossos motivos.
Tá na hora de começarmos a pensar melhor em tudo o que falamos e fazemos, para que não continuemos a praticar a hipocresia.
Que é o pior defeito que um ser humano pode ter.

domingo, 30 de maio de 2010

O Jardim Secreto

Quem nunca ouviu falr em O jardim secreto ?
bem, esse clássico foi um dos mais marcantes da minha infância. É um livro simplismente lindo, com uma história encantadora.
Tão encantadora que virou filme e até desenho animado. Esse clássico invadiu a minha infância de uma forma tão encantadora que desencadeiou minha imaginação, que andava solta pelo jardim encontrado por Mary.
Para quem nunca viu e nem leu, é uma ótima dica - eu garanto- e mesmo já tendo passado os tempos de infância, você se encantará por essa história maravilhosa e mágica escrita por Frances Hodgson Burnett, e para os que já tem filhos seria maravilhoso que os incentivassem a ler, e seria mais maravilhoso ainda se esse incentivo começace com "O Jardim secreto".

Incentivo a cultura

Para quem não tá sabendo ainda, no dia 12 de junho teremos em Cachoeiro de Itapemirim show da trupe de O Teatro Mágico, acontecerá devido a III Bienal Rubem Braga, e o melhor de tudo, o show é de graça.
A programação é extensa, a Bienal vai do dia 07/06 até o dia 12/06. O evento é um ótimo incentivo a cultura, acho isso muito importante, principalmente para os moradores de Cachoeiro.

-
Falando em TM, a aparição da trupe no Melhor do Brasil ontem foi incrivel, além de propagar a música livre no Brasil fez uma homenagem linda a Thábata (@tata_saty), homenagem essa que foi merecida, né ?

sábado, 29 de maio de 2010

TM no melhor do Brasil

Meu povo, hoje vim avisar a vocês que o teatro mágico vai estar no Melhor do Brasil, na Record apartir das 17:00.
Vale apena conferir, meu povo!
Amanhã eu volto com os comentários sobre a apresentação no programa.
e sobre o vai dar namoro raro

quarta-feira, 26 de maio de 2010

#RefDirAutoral

Tá rolando um novo tag no twitter, é o #RefDirAutoral.
Tudo isso começou por causa de uma entrevista que o Rick Bonadio deu para o Virgúla música, dizendo que músicas disponibilizadas para download são "porcaria"e que músicos que disponibilizam suas músicas dessa forma são burros.
O fato é que o Rick Bonadio foi muito infeliz nesse seu comentário sobre a música livre, não é porque ele vê a música somente como uma maneira de ganhar dinheiro que todos devem vê-la dessa forma.
É simplismente ridiculo bandas magnificas terem que pagar jabá para aparecerem na mídia enquanto várias bandas sem talento tomam o lugar delas. A música hoje tem que disputar lugar com propaganda de cerveja para não ser uma porcaria? Fala sério, Rick Bonadio, você está precisando de abrir a sua mente, a música para download não é o futuro é o presente.

Caso queiram ver a infeliz entrevista de Rick Bonadio, o link é esse: http://tinyurl.com/3ab7m4f
É isso aí gente, MÚSICA LIVRE apoie esse movimento.
#RefDirAutoral

terça-feira, 25 de maio de 2010

Satisfações

Gente, vim aqui me justificar.
Eu ando meio sumida, eu sei, mas é que eu to muito enrolada com outros assuntos e ando meio sem tempo.
Uma dessas ocupações é que estou me reunindo com um grupo de alunos da minha escola para montar um jornal, o que não tem na minha escola.
Acho isso muito importante e está tomando boa parte do meu tempo e dos meus pensamentos por isso também ando sem inspirações para postar textos aqui.
Espero que me compreendam, em breve voltarei com todo o gás.
me esperem, beijos!

sábado, 22 de maio de 2010

Quando me amei de verdade ...

primeiro venho pedir desculpas, ando meio sem tempo de estar postando sempre.
Confesso que a criatividade anda meio em baixa também, mas prometo que isso vai mudar!


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome…Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é…Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de… Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é… Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama… Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é… Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei menos vezes.
Hoje descobri a… Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é…Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é… Saber viver!!!

Quanto a autoria do texto, não se sabe ao certo. Uns dizem que é de Chaplin, mas a rumores que seja de vários outros autores, sendo o mais provável deles Kim McMillen.
Mas fica a dica de reflexão, é um texto muito interessante que merece a nossa atenção.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Apaixonar-se

visitando o blog de um amigo meu achei esse texto, achei super interessante.
to postando ele aqui para dividir com vocês. Acho muito legal essa coisa de descutir sobre os sentimentos, principalmente o amor, a paixão a alegria e a tristeza.
Que cá para nós, estão interligados né.


"Apaixonar-se é a coisa mais fácil de se fazer
È a coisa mais empolgante, a coisa mais poderosa,
É por isso que desapaixonar-se dói pra caramba.
Mas, apaixonar-se não há nada melhor,
É a melhor coisa.

Apaixonar-se é fácil
Mas, uma vida inteira amando, é um milagre
Relacionamentos nem sempre são fáceis.
Todos nós queremos ser amados, ser felizes
Então, por que não somos?
Porque nos tornamos especialistas em sabotar nossa própria felicidade
Nos fazendo de vítimas, quando na verdade,
São as escolhas que fazemos, os maus hábitos, os vícios,
A inabilidade de demonstrar amor e compaixão
São essas coisas que nos destroem.
Não somos vitimas
Somos assassinos quando se trata de amor e felicidade.

Nós aplaudimos o sentimento..mas não mudamos.
Por quê?
Porque sabemos o que queremos.
Então, nós fazemos, dizemos, tentamos, bancamos as vítimas,
Contratamos advogados...e isso tem que parar.

É uma questão de caráter
Isso é sobre quem tem o melhor caráter
As vezes decepcionamos as pessoas com quem devemos estar,
E as vezes, as pessoas fazem coisas que sentem vergonha.
E normalmente, depois que a culpa se estabelece,
Nós pioramos as coisas.
E a verdade?
Bem, a verdade é um conceito absoluto,
E a verdade pode te libertar
O caráter mudo tudo. "
One tree hill

retirado do blog: http://blogduigor.blogspot.com/


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Juventude Colorida


















Os jovens vivem inventando moda, estamos em constante mudança e por tanto o nosso comportamento também muda.
Um tempo atrás surgiram os emos, e isso foi um estouro, várias pessoas achavam super estranho aqueles jovens todos vestidos de preto com a franja tapando o olho, daí começaram os comentários sobre essa tribo e junto com eles o preconceito.
Agora, de um tempo pra cá nos deparamos com um colorido intenso. A nova tribo agora é a tribo dos coloridos, os representantes mais conhecidos dessa tribo são componentes de bandas como Restart e Cine.
Umas semanas atrás saiu na internet um video de fãs da banda restart infurecidos pelo fato da banda não ter ido em uma tarde de autógrafos, e claro, isso deu o que falar né. Começaram os comentários e o preconceito contra as bandas e seus fãs.
Particulamente, não gosto dessas bandas, acho que falta um pouco de "letra" em suas músicas, mas óbiviamente eu respeito.
Quanto aos jovens e adolescentes fãs dessas bandas tenho uma critica a fazer, acho que nós jovens, que somos o futuro dessa nação devemos ter um senso critico, e cá para nós, esse tipo de música não ajuda muito, e muito menos o fanatismo, devemos aprender a filtrar o que é bom e o que é ruim na sociedade e não engolir tudo o que elas no empõe.
Então fica aí a minha dica, manerem no fanatismo e também no modismo, senso critico é essencial na nossa vida, para que não sejamos fantoches e sim pessoas pensantes.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Política é do interesse de todos.

Ás vezes eu fico pensando qual é a desse povo. Todos falam que na politica só tem ladrão, que todos os politicos são corruptos e que precisamos de mais politicos honestos. Mas quando eu falei que quero "entrar" para politica, que eu pretendo cursar direito, fazer um concurso público e fazer parte do ministério público para denunciar tudo o que há de ruim nesse meio as pessoas me falam que eu sou louca, que quem é honesto e mexe com esse tipo de pessoa acaba morrendo ou se "disvirtuando" também. Como as pessoas querem que algo melhore sem dar a sua cara a tapa? Quer dizer então que, todos os politicos são corruptos e que se eu sou honesta não devo entrar para esse meio? Não!
Aos que não sabem a palavra POLÍTICA quer dizer "a arte de governar" e por tanto deve-se governar bem.
O meu pensamento é o seguinte, se eu quero melhorar o meu país devo correr atrás, e se eu não der a "minha cara a tapa" quem é que vai fazer isso por mim ? Não devemos ficar esperando pelos outros, achando que não é nosso dever correr atrás do que é nosso, porque o dinheiro que os politicos roubam é público portanto é da minha conta sim tudo o que eles fazem ou deixam de fazer.
Por mais que insistam eu não vou deixar esse meu sonho de lado, permanecerei na luta contra a corrupção, o roubo e a falta de ética. E se for possivel irei mais além, dexarei minha marca na história desse país, porque eu hei de lutar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Boa música

Mais uma dica de música, Engenheiros do Hawaii - Somos quem podemos ser.
É uma ótima música para reflexão... espero que gostem!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Que a verdade seja dita,

Fico admirada do poder da mídia, é impressionante o poder que as grandes emissoras como a Globo tem de manipular as pessoas.
E com todo esse poder a midia está querendo nos enfiar de guela a baixo tudo o que nós não podemos engolir, junto com o governo querem nos fazer acreditar que toda a pobreza que existe no Brasil é culpa de cada pobre, a Globo mostra em suas novelas que quem é pobre não "termina" pobre, só se quiser, porque caso contrário sempre arruma um jeito de ser rico.
Será que isso acontece mesmo ? A resposta é não, meu caro. Isso não acontece, não é justo que nos façam acreditar que ser pobre é uma opção ou falta de sorte, porque não é.
O Brasil é um país com um indice de desigualdade social elevadissimo, e a mídia quer que agente acredite que tudo isso não passa da obra do "destino". É um absurdo que em um país com tantas riquezas tenha tanta gente passando fome, tudo porque uma pequena parcela da população tem muito, em quanto o "resto" tem pouco ou nada.
Não podemos acreditar na midia, principalmente os jovens. Nós jovens e adolescentes somos o futuro desse país.
Eu não quero que esse absurdo se pendure por anos e anos e se você não quer também lute por essa causa, faça dela a sua verdade.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Qual o seu papel na sociedade ?


Como é que as pessoas se acustumam com esse mundo ?
Sinceramente, eu ainda não me acustumei. Não me acustumei com a hipocrisia de várias pessoas que só sabem falar que o mundo anda violento, que ninguém mais tem amor ao próximo. O QUE ADIANTA SÓ FALAR?
É engraçado ver que as pessoas não cairam na real ainda, falam da sociedade como se fosse algo bem distante de nós, como se não fizessemos parte dela.
Não sei o que é pior, se são as pessoas que só falam ou as pessoas acomodadas e alienadas que não veem o que está acontecendo ao nosso redor.
Muitas pessoas morrem todos os dias vitimas da violência, da crueldade, isso é incontestável, passa a todo minuto nos noticiários, mães matando filhos, filhos matando pais e mães, pessoas se matando sem motivo algum (se é que existem motivos para que se tire a vida de alguém) . E você ? acha que está livre disso, pois é meu caro, você NÃO está. Isso mesmo, você tem sim haver com tudo isso, afinal .. e a sua parte ? você anda fazendo ? anda propagando o bem ou o mal ?
Do que adianta você ser contra o crime, achar um absurdo o tráfico de drogas e sair na "porrada" com o seu vizinho ? sinto em lhe informar, isso não adianta nada!
Você não faz a sua parte e cobra para que os outros façam as deles, que bela hipocresia da sua parte.
Se cada um fizesse a sua parte o mundo estaria bem melhor. É como diz o ditado "O macaco rir do rabo dos outros enquanto senta no seu", quem somos nós pra falar de algo que não fazemos? Primeiro temos que nos tornarmos dignos de cobrar algo de alguém, e isso só conseguimos quando fazendo a nossa parte.

domingo, 2 de maio de 2010

Amor na adolescência


Na adolescência nos deparamos com uma coisa muito nova, o amor.
Amor ou paixão, chame do que preferir, o fato é que para nós adolescentes é algo inexplicável e incontrolável .
No começo agente sonha com um amor perfeito, com a pessoa perfeita e nos baseamos no esteriótipo de beleza para escolhermos a pessoa que achamos ser a certa. Provavelmente o primeiro amor não vai dar certo, porque aquela pessoa dentro dos padrões de beleza é simplismente só isso, não tem conteúdo nenhum, é vazia por dentro. Na hora de escolher outra pessoa já aprendemos que beleza não é tudo e escolhemos melhor, talvez ela fosse a pessoa perfeita. Se não tivesse um pequeno detalhe, a pessoa perfeita não existe.
E para alguns adolescentes é muito dificil entender isso, entender que não devemos procurar a perfeição em ninguém e muito menos achar que outras pessoas iram nos complementar, somos completos o que nós devemos procurar no outro é amar do jeito que ele seja, quem ama não tenta mudar, devemos aprender a amar por completo.

sábado, 1 de maio de 2010

Boa música

Venho aqui com mais uma dica de boa música.
A minha dica de hoje é Terra de gigantes de Engenheiros do Hawaii.
Para mim todas as músicas do Engenheiros do Hawaii são ótimas e provavelmente eu vou estar sempre postando uma aqui.
sobre a música terra de gigantes, a letra fala por si só.

A mudança está nas nossas mãos

:D

Eu tenho 16 anos, estou no 2º ano do ensino médio.
E tem algo que me encomoda muito, não sei se é só a mim, talvez seja, talvez não.
O que acontece é que nessa idade as cobranças crescem umas vinte vezes mais, a sociedade cobra muito da gente e nós não temos o direito de cobrar nada de ninguém. Não somos adultos para dar opiniões em coisas importantes e não somos crianças para não termos responsabilidades.
A partir dai procuramos nos diferenciar dos demais, procuramos mostrar nossas revoltas, e dessa forma cada um de nós vai por um caminho, aí nascem as determinadas tribos.
Uns se revoltam com a sociedade, outros engolem a seco tudo o que imposto pelos outros.
O problema é que além de tudo isso grande parte dos adultos não entendem esse turbilhões de emoções pelos quais passamos e acham que é pura besteira.
O que não podemos é deixar que eles pensem o que quizerem, devemos mostrar a todos que é tudo muito mais complicado do que eles imaginam, devemos sim nos revoltar quando alguém quiser pregar na gente rótulos hipócritas e idiotas que não nos pertence. Vamos mostrar a força que nós temos e vamos tentar mudar essa sociedade.
A mudança está nas nossas mãos. Afinal jovens de hoje, adultos de amanhã.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Teatro Mágico

Voltei aqui pra postar mais coisas sobre O TEATRO MÁGICO, dessa vez eu vou postar dois videos da música Xáneu nº5.
Mas, o meu desejo é que foquem no Discurso do Fernando Anitelli já que a música eu já postei aqui.






mais informações sobre a banda o site é : www.oteatromagico.mus.br
o teatro mágico no twitter @oteatromagico.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Para refletir...

"Sorrir como se fosse de verdade, só piora a sua mentira. Alguém ai precisa de uma máscara? "

- e você ? como tem agido ? será que vale a pena continuar usando máscaras por medo ? quando vai deixar a luz da sabedoria iluminar o seu eu, e perceber que as máscaras um dia vão cair ?

Sociedade

Pra começar: O titúlo da postagem não tem muito haver com o que eu vou falar aqui.
Essa postagem é mais pessoal.

Hoje me aconteceu algo muito ruim, hoje eu senti na pele como a sociedade cobra coisas que simplismente não deveria.
Acho simplismente RIDÍCULO a postura de algumas pessoas de meter o "bedelho" onde literalmente não são chamadas. O que acontece é que alguns cidadãos acham-se no direito de julgar as pessoas apoiadas em esteriótipos idiotas estabelecidos pela sociedade e pela mídia, dessa forma eles se tornam alienados a somente um ponto de vista e se sentem donos da verdade na hora de dizer coisas que se tivessem mais inteligência e conhecimento jamais diriam.

O meu recado hoje é quase uma súplica, pensem muito bem antes de dizer algo ou fazer algum julgamento hipócrita.

QUEM TEM TETO DE VIDRO, NÃO JOGA PEDRA NO TELHADO DOS OUTROS.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Boa música

falei que eu voltava outro dia, mas voltei hoje mesmo *-*

tô postando um video de uma banda super maneira que prega a música livre.
O nome dela é O Teatro Mágico, espero que gostem .




uma dica de boa música para o público brasileiro (sem pagar jabá)

o Retorno

a tentativa de postar uma história não deu certo .-.
então voltei aqui, nem sei se tem alguém acessando o blog ainda, mas eu sou guerreira vou continuar com essa budega pra ver onde vai parar (yeeeeahr) , ou se vai parar né - espero que não pare- :D

então tá, outro dia eu volto aqui para postar algo de importante.

mas deixo uma frase para reflexão: " QUEM TEM MEDO ASSIMILA TODA FORMA DE EXPRESSÃO COMO UM PROTESTO'


beijos, até uma próxima vez :*

quarta-feira, 3 de março de 2010

18ª parte

meninas, tem alguém lendo o conto ainda ?
se tiver, comentem... caso contrário vou parar de postar.
beijos :*

Quando chegamos na fazenda eu fiquei pasma. Era uma casa enorme, muito mais bonita que qualquer outra casa – até a dele. Era muito linda mesmo.
   - Nossa, graças a Deus nós chegamos. – disse ele descendo do carro.
   Eu sorri e concordei com a cabeça.
   Quando descemos ele foi pro meu lado e disse:
   - É bom saber que você esta aqui. Graças a isso vai ser um final de semana muito perfeito. – e sorriu.
    Confesso que a intensidade com que ele disse isso, o jeito que a voz saiu e a expressão que ele tinha no rosto me fez querer que aquilo durasse pra sempre, e não um final de semana apenas.
   Por isso, exatamente por isso, eu não entendia o que se passava comigo. Eu não sabia o que eu sentia, o que eu queria. Estava tudo muitíssimo louco.
 Eu estava com muita vergonha de conhecer os familiares dele, mas eu sabia que agora era tarde pra ter pensado nisso.
   Eu fiquei em silêncio o tempo todo até chegarmos a mãe dele.
    Quando ele a viu, ele soltou a minha mão e correu para abraçá-la. Isso me deu um grande aperto no coração... eu daria tudo para ter a minha mãe ali para fazer o mesmo!
   - Mãe, essa é a Lisa.
   - Oi. – eu respondi sem graça.
    Ela abriu um sorriso muito acolhedor e me cumprimentou. Como o Níkolas ela parecia não ligar muito para o fato que eu não tinha nem metade do que ela tinha.
Foi um dia muito agradável, conversamos bastante e eu parecia já ser de casa.
    O quarto onde eu fiquei era imenso, e era muito bonito. Meio rústico, mas muito lindo. Ficava do lado do quarto do Níkolas e da mãe dele.
   Quando eu saí do meu quarto para ir tomar um banho a porta do quarto dos dois estava entreaberta e eu pude ouvir:
    - .. ela é meio que diferente de todas, sabe mãe? Ela não tem essa coisa de gostar de mim pelo meu dinheiro. Antes mesmo dela saber tudo sobre mim ela já tinha feito coisas que ninguém havia feito por mim.
   - E você gosta dela?
    - É ai que ta o mistério... as vezes da vontade de casar com ela, mas as vezes eu vejo que tudo que eu quero é protegê-la, de vê-la bem, de fazer tudo por ela, só que como amigo. Eu imagino que se um dia der alguma coisa a mais entre a gente, vai estragar a amizade. Não acredito que amor é eterno, não mesmo. E eu quero que o que há entre eu e ela seja para sempre.
   Eu não queria ouvir mais... passei o mais silencioso que pude pela porta e fui para o banheiro.Havia turbilhões de pensamentos embolados na minha cabeça e uma vontade muito grande de gritar!
Confesso que eu já imaginava isso. E confesso também que às vezes duvidas assim passavam na minha cabeça. Mas era muito estranho ouvir isso com todas as letras.
   Eu tomei o meu banho e fui dormir.
   Antes de deitar milhões de coisas passaram na minha cabeça, eu confesso que estava ficando meio louca.
   Tentei pegar no sono, mas ele parecia extremamente distante.
   Depois de muita dificuldade, dormi.
- Lisa, Lisa!
   Remexi na cama. Abri os olhos e vi o Níkolas olhando para mim. Fiquei com vergonha.
   - Hum. – eu respondi.
   - Levanta, ta chovendo. Coloca isso que ta frio. – disse ele atirando alguma coisa sobre mim.
   Não entendi qual a necessidade de me chamar para ver a chuva.
   Ele saiu do quarto e eu me levantei e vesti uma roupa. Quando olhei para a janela me surpreendi. Tudo muito branco, galado!
   Coloquei o agasalho que ele tinha me emprestado e saí. Estava muito frio.
   Passando pelo relógio vi que eram pouco mais de sete horas.
   Ele estava na porta da casa me esperando. Quando cheguei perto dele, ainda tonta de sono, ele disse:
   - Olha que lindo!
   Quando olhei pro horizonte me deu vontade de chorar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

17ª parte

Ele entendeu o meu constrangimento e disse:
   - Desculpa.
   - Não foi nada. É que você nunca tinha feito isso antes.
   - Eu sei. – ele riu.
   E voltamos àquele silêncio.
- Nossa, esses bolinhos são as melhores coisas que eu já comi. – ele disse e estava comendo desesperado os bolinhos. – Aceita? – e me estendo a vasilha.
   - Não, obrigada. – eu não queria estragar o prazer dele.
   Ele comia com a melhor reação do mundo.
   - Meu pai não permitia frituras, por isso nunca comi.
   Eu ri e disse:
   - Depois eu faço mais para você.
   - Você sabe fazer isso? – ele perguntou espantado.
   - Sei. – eu respondi indiferente.
    Vi que pela sua reação ele seria capaz de me beijar novamente, mas ainda bem que ele não fez isso. Se seguiu um tempo e um silêncio imenso.
- Sua tia é estranha. – ele disse de repente.
   - Ela não é minha tia. É minha prima.
   - Ah sim, desculpa. Mas achei estranho ela não perguntar nada.
    - Normal. Ela esta mais preocupada se vai acontecer alguma coisa com você do que comigo. Ela não liga se eu vou morrer ou não. – eu ri.
   - E você ri disso? – ele perguntou espantado.
   Eu me senti corar e respondi:
    - Ué, chorar eu não vou não é? Quando vim para cá eu não esperava atenção dela. Imagino que tenha sido besteira irmos la. Ela ficaria feliz se eu não voltasse para casa, seja qual fosse o motivo.
   Ele pareceu se espantar:
   - Mas por que você veio morar com ela então?
   Nós nunca tínhamos falado disso e eu me senti estranha ao tocar no assunto.
   - É uma longa história.
Para minha felicidade ele entendeu que ‘essa é uma longa história’ era uma maneira carinhosa de dizer que eu não queria falar no assunto.
   - Ta, um dia você me conta.
   Eu sorri e seguimos todo o resto do caminho em silêncio.
Começamos a entrar em um bairro que eu nunca havia imaginado existir. Casas maravilhosas, tudo muito perfeito.
   Paramos em frente a uma casa muito linda. Ele pegou a minha mão e disse:
   - Vem.
    Fiquei meio constrangida e descemos. Ele pareceu não perceber o meu nervosismo. Tentei não olhar pros lados, mas foi difícil. Entramos na casa e eu fiquei maravilhada com tanta coisa bonita.
   - É rápido. – ele disse. – Fica a vontade.
   Sentei no sofá e quase afundei de tão macio. Era tudo muito impecável, tudo muito perfeito.
Após algum tempo ele chegou.
   - To pronto, vamos?
   Eu sorri, me levantei e nós saímos.
   - Bonita sua casa. – me achei muito idiota por ter dito isso.
   - Sempre que quiser aqui, venha. Vou adorar.
   Me constrangi um pouco por ele falar isso, e só sorri meio sem graça.
Entramos no carro e ficamos em silêncio.
   Eu estava começando um pouco de medo em relação aos sentimentos dele. Eu não sentia nada por ele a não ser amizade, mas eu não conseguia entender se ele sentia apenas isso por mim ou se havia mais alguma coisa.
   A viagem foi tranqüila e demorada. Umas duas horas.
   Conversamos pouco, mas foi bom.
    As vezes eu olhava para ele e via que ele também olhava para mim. Isso bagunçava a minha cabeça mais ainda. Tudo muito confuso.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

16ª parte do conto




- Vaaaaaal. – eu chamei a minha prima.
   Ela não respondeu. Simplesmente apareceu com aquela rabugenta de sempre na cozinha e pareceu se surpreender com a visita.
   Logo depois que olhou para o Níkolas direcionou o olhar pela janela e viu o carro. A atmosfera mudou imediatamente.
   - Seu namorado? – ela perguntou como se implorasse por um sim.
    Ela tinha reparado nele e percebido que ele era bem rico. Afinal, ele estava com roupas elegantes e o carro la fora denunciava que ele era de ‘boa’ família.
   - Não, é meu amigo. – ela pareceu se decepcionar com a resposta.
   Ele se levantou num ato de educação e apertou a mão dela.
   - Níkolas Cardoso, prazer.
   Ela pareceu se iluminar quando ele disse o nome dele.
   - Seu pai é o ...
    - Ele mesmo. – ele respondeu interrompendo. Ele tinha se constrangido com a pergunta e eu também. Era evidente o tom de interesse na voz da minha prima quando ela perguntou. É claro que ela deduziu de imediato quando ele disse ‘Cardoso’ que ele era filho do engenheiro famoso e não estava acreditando que eu podia ser amigo de alguém tão rico.
   - Posso servir alguma coisa pra você? – ela perguntou. Se fosse qualquer outra pessoa imagino que ela não iria oferecer nada.
   - Não, estou bem. Obrigado!
    - Não, mas eu faço questão. Tem uma massa de bolinho de fubá ali e eu frito para você. – eu abaixei a cabeça para esconder a minha vergonha.
Bolinho de fubá? Ela estava brincando, só podia.
   Ele deveria comer só coisas chiques e requintadas, e ela oferecia para ele bolinho de fubá? Era muita humilhação.
   ¬ - Fico grato. Eu nunca comi isso antes. – tamanha educação dele me deixava com mais vergonha ainda.
   Houve um silêncio muito constrangedor.
    - Eu queria pedir sua permissão para levar a Lisa comigo numa viagem. – ele disse. Eu pensei que eu teria que perguntar, mas ele foi mais rápido.
   - É claro que sim. – ela disse com educação.
Ele estranhou uma resposta tão rápida e tão direta, sem perguntar nada. Fui no meu quarto, peguei algumas coisas, deixei meu uniforme, tomei um banho, coloquei uma roupa melhorsinha e cerca de quinze minutos depois eu estava pronta.
   - Estou pronta. – eu disse quando voltei a cozinha quebrando o silêncio que se seguia.
   - Ta. Vamos só esperar os bolinhos e nós vamos embora.
   - Mas e o motorista? – eu disse como se implorasse para irmos embora.
   - Ele é pago para me esperar, Lisa.
   Olhei pra Val e pude ver um sorrisinho no rosto dela enquanto fritava os bolinhos.
   O silêncio era profundo e quando os bolinhos ficaram prontos o Níkolas pareceu se iluminar quando os viu.
   - Parece uma delícia. – disse ele fitando os bolinhos.
   - Coma. – eu falei. Parecia que ele estava esperando só a minha autorização.
   E estava!
   Pegou um bolinho imediatamente e mordeu.
   - Nossa, é delicioso.
   Me espantei com a sinceridade dele.
   - Posso? – ele perguntou como se pedisse permissão para pegar um segundo bolinho. Realmente, tamanha educação me assustava.
   - É claro. – disse a minha tia.
   Ele comeu aquilo como se fosse a comida mais sofisticada do mundo.
   - Vou embalar para a viagem. – disse a Val.
   Fiquei com mais vergonha ainda.
   Para minha surpresa ele disse com toda sinceridade:
   - Eu adoraria!
Ela fritou mais bolinhos e colocou numa vasilha. Ele pegou aquilo como um presente precioso e se levantou, foi até a minha tia, pegou sua mão e disse:
   - Foi um prazer, senhora. Muito obrigado.
   Ela sorriu e disse toda orgulhosa:
   - Igualmente, querido. Venha sempre comer mais bolinhos.
   - Claro que sim.
   Eu saí morta de vergonha e não disse uma palavra.
   Quando chegamos no carro eu disse:
   - Desculpa pela indelicadeza dela.
    - Você não tem culpa, Lisa. Eu estou acostumado com isso. – e passou o braço pelo meu ombro como se abrassasse e me deu um beijo no rosto.
   Me senti congelar e pelo retrovisor vi o motorista dar uma risadinha.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

15ª parte do conto

gente, desculpas por não ter postado ontem, estou meio ocupada essa semana.
por isso to postando partes maiores.
obrigada, beijos :* s2



Quando finalmente cheguei no quarto ela estava la estudando.
   - Oi. – eu arrisquei tentando ser educado.
   Ela se virou, olhou pra mim e perguntou:
   - Você esta melhor?
   Tinha um ar inconfundível de ternura nela que me fez querer abraçá-la e não soltar mais. Mas é claro que eu não fiz isso.
   - Melhor que ontem, mas não muito bem. – eu estava sendo sincero.
   - Eu sinto muito por tudo isso que ta acontecendo.
   - Um pouco é você que provoca. – imediatamente me arrependi de ter dito isso.
Ela me olhou com uma cara de espanto e dúvida.
   - É que você é tão misteriosa as vezes. – e tentei ri e esconder através do riso a minha vergonha.
   - Eu? Por quê? – ela disse com um ar de graça na voz.
    - Sei la, é que eu não entendo o que acontece com você. As vezes é como se nós nos conhecêssemos a anos, e as vezes parecemos estranhos. E isso me deixa intrigado, o que me obriga a ficar pensando em mais coisa do que eu deveria. – eu ri.
   Ela riu.
   - Desculpa. Prometo ser como sua melhor amiga daqui para frente. – ela riu mais ainda.
    - Mas você esta realmente sendo a minha melhor amiga. – que coisa idiota a ser dita. Eu mal a conhecia, mas é que foi o que me veio a cabeça e eu disse isso num tom completamente sério... e sincero!
    Ela se espantou com o que eu disse mas estava feliz por ter ouvido aquilo. Ela não ria, mas estava com uma expressão de felicidade.
   - Você também é muito especial pra mim. – ela disse, sorriu e ficou me olhando com aquele rosto tão fora dos padrões de beleza, mas especialmente lindo para mim.
   O assunto se encerrou ali e eu fui para o banheiro – naquele quarto minúsculo la era o único refugio.
    Eu gostava dela, mas eu queria simplesmente protegê-la, ajudá-la... e não outras coisas que eu deduzi que sentiria se estivesse apaixonado por ela. Ou seja, eu estava começando a desenvolver um sentimento verdadeiro, mas não uma paixão... era amizade, das grandes!
   Mas eu não sabia dizer ao certo se era realmente isso.
   Eu estava muito confuso com tudo.
    O fato era que desde que ela aparecera na minha vida tudo tinha ganhado um colorido especial e os meus problemas estavam sendo mais fáceis de resolver. Para mim não importava o papel que ela desempenhasse – amiga ou namorada – o fato era que eu gostava de tê-la por perto e não queria que isso mudasse jamais!

Dias perfeitos existem sim.

    Eu estava mais feliz do que jamais estive em muito tempo. As coisas realmente estavam boas pra mim, estavam se encaixando. Eu tinha o melhor amigo do mundo – e o único – e isso me confortava. Só tinha um problema: o final de semana estava ali, batendo na porta.
   Eu não queria voltar para casa, eu queria me refugiar na escola para sempre e de preferência com o Níkolas, mas isso era impossível.
Nós conversávamos até tarde da noite, brincávamos um com o outro e sempre que podíamos almoçávamos juntos.
    Nós éramos desconhecidos naquela escola, então comentários não existiam. O único defeito é que eu sabia que quando saíssemos para passar o final de semana cada um em suas respectivas casas, as coisas iriam mudar muito. Afinal se havia alguma certeza no meio disso tudo era que nós dois pertencíamos a mundos completamente distintos e intocáveis.
- Minha mãe vai para casa de uma tia minha, passar um tempo por la por causa do que aconteceu com o meu pai. Não é bom para ela ficar tão sozinha em casa. – ele me disse no almoço de quinta feira.
   - É, não é bom mesmo.
   - Pois é. O difícil agora é que eu vou ter que ir para a casa dela esse final de semana. E eu não gosto dessa coisa de ficar incomodando as pessoas.
   - Então não vai ué.
   - Se eu não for minha mãe morre, tenho certeza. – e ele riu dando três tapinhas na mesa para afastar o azar.
   - É, então não tem como você não ir. Mas onde sua tia mora?
   - É aqui em São Paulo mesmo, mas é uma fazenda, fora da cidade.
   - Ah ta! – eu disse.
    Se seguiu um silêncio que agora deixava de ser muito constrangedor, mas não era legal. Já tínhamos acabado de almoçar e estávamos só fazendo uma hora.
Vamos?
   - Vamos. – e me levantei da mesa para ir embora.
   Ele riu e disse:
   - Não Lisa... vamos pra fazenda comigo?
    Eu fiquei muito sem graça. Não sabia dizer se era por ter entendido errado ou pelo convite. Ninguém nunca me chamava para nada e agora e ele estava me chamando para ir passar um final de semana inteiro com ele.
   - Vamos, por favor! – ele insistiu quando percebeu que eu não respondia – Vou ficar la o tempo todo sem fazer nada. E la é bem legal.
   - Mas você não vai para passar o tempo com a sua mãe?
    - É. Mas ela sempre gosta de ficar na cozinha com a minha tia e então eu fico muito por fora dos assuntos. E onde já se viu melhores amigos que não conhecem os pais um do outro? – e ele deu um sorriso tímido que me encantava.
   - Ué, tenho que ver com a minha prima. Acho que ela não se importa.
   - Ta bom. Amanhã, quando formos sair, eu passo na sua casa e nós conversamos com ela.
    Eu fiquei com muita vergonha dele ir na casa da minha prima. A casa era muito simples e ele era rico. Também fiquei com medo da reação dela, ela poderia brigar com ele, ser grosseira, essas coisas. Fiquei apreensiva, mas eu não tinha escolha... ele estava decidido.

Quando chegou finalmente a sexta feira ele já estava no quarto, com as coisas prontas para sairmos, quando eu cheguei.
   - Arruma suas coisas rápido que o motorista já esta ali esperando.
   Motorista? Nossa! Fiquei meio sem jeito.
   Arrumei tudo muito rápido e fomos para a casa da minha tia.
    Quando chegamos la ele pareceu indiferente como o fato da casa ser bastante humilde. Entrou comigo como se estivesse entrando numa casa de família bastante rica. Conversava comigo sem olhar para nada, pediu licença ao entrar – num ato de educação – e se sentou na mesa com uma postura incrível. Olhava só para mim e não ficava encarando as coisas como se tudo aquilo fosse uma grande aberração.
   Se ele fazia isso de propósito, eu não sei. Mas o fato é que se ele estivesse fingindo estar confortável, ele realmente era um bom ator.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

14ª postagem

Nós ficamos ali abraçados um bom tempo.
    Enquanto o tempo passava e nós dois ficávamos ali, sem falar nada, um turbilhão de pensamentos iam me atingindo: eu não sentia por ele o mesmo desejo que eu senti ao ver o menino na escada. Eu não sentia vontade de beijá-lo ou coisa assim. Era a companhia, a preocupação – embora pouco demonstrada – e o jeito dele que me agradava. Isso era completamente diferente de todo o resto.
   Foi ai que eu vi que não tinha nada de atração entre eu e ele... quer dizer, havia sim. Havia uma vontade imensa de ficar junto, de compartilhar as coisas. Mesmo sem dizer nada, era confortante o fato de que ele estava ali em algum lugar. Mesmo sem nunca termos conversado muito ou termos compartilhado momentos, eu não me via mais sem ele. Eu não sabia se seria possível eu existir sem que ele estivesse comigo. Era como se naquela semana em que nós ficamos sem dizer quase nada um para o outro, nós estivéssemos lendo nossos pensamentos.
   Ele não se abriria daquela forma comigo se eu não significasse nada para ele, e eu não o ajudaria se ele não significasse nada para mim. Eu compreendi que o valor que nós tínhamos um para o outro era indiscutível. Havia entre nós dois o que muitas pessoas chamam de amizade... mas eu preferia chamar de amor mais sublime!

Tudo tão difícil.

    Diferenças a parte, ele era meu pai. Embora não houvesse entre nós muito entendimento eu o amava de alguma maneira, e não tê-lo mais comigo era simplesmente insuportável.
   E a minha mãe? Nossa, estava inconsolável. Ela, naquela casa enorme, sem ninguém. Eu fiquei com ela durante algum tempo, mas eu tive que voltar para a escola e isso não era nada agradável.

Como se já não bastasse tudo isso, tinha a Elizabeth.
    Eu sentia por ela o que eu nunca havia sentido por ninguém. Mas eu não sabia explicar se era só amizade ou algo mais, afinal, eu nunca havia sentido nenhum dos dois em toda a minha existência. Tudo era muito confuso.
   O fato era que eu não conseguia mais me afastar dela, eu queria muito ficar com ela o tempo todo, e a força que ela tinha me dado no quarto foi inesquecível.
Eu deitei para dormir, sem saber no que pensar.
    Eu fechava os olhos e a imagem do meu pai invadia a minha mente juntamente com a expressão de preocupação no rosto da Elizabeth.
   Era duas coisas que eu não queria esquecer, mas não queria lembrar agora.
Mas a vida tem dessas coisas né? Quando a gente procura tirar tudo da cabeça, quando a gente quer ter uma aminésia e esquecer de tudo que a gente já passou e esta passando, é realmente quando as coisas não saem por nada do pensamento.
   O pior é que as coisas também sempre acontecem todas de uma vez, uma atrás da outra, sem pedir licença nem nada. Vão acontecendo, acontecendo, acontecendo e é inevitável que você não fique um pouco doido com tantas coisas.
Eu tentei dormir e tentei esvaziar a minha mente, mas não consegui – nem dormir, nem deixar de pensar.
    Noites de insônias estavam sendo normais, mas eu teria que enfrentar um dia cheio e eu precisava mesmo descansar. Mas não dava para dormir com tudo aquilo.
Quando finalmente peguei no sono, o dia amanheceu – outro detalhe desagradável que sempre acontece.
   Fui assistir as minhas aulas.
    A repentina intimidade que tinha surgido entre eu e a Elizabeth na noite interior parecia ter desaparecido, embora eu quisesse muito aquele abraço de novo.
   Nós nos levantamos e saímos do quarto sem falar nada um com o outro como.
   Na hora do almoço não nos encontramos e depois da aula eu resolvi ficar até mais tarde na biblioteca.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

13ª parte do conto

A semana se passou e nada do Níkolas.
   Eu estava ficando confusa e preocupada.
   Final de semana chegou e eu voltei para o meu inferno pessoal.
    Eu estava ali, mas era como se não estivesse. Ninguém parecia me notar, ninguém parecia se importar comigo. Quer dizer, ninguém me notava nem se preocupava, definitivamente.
A imagem do menino da escada me perseguia, juntamente com a vontade de rever meu amigo-calado-do-quarto. E nenhum dos dois nunca aparecia.
   Finalmente, na quarta feira, para o fim da minha ansiedade, quando eu cheguei no quarto, depois do almoço para pegar as minhas coisas – eu estava atrasada – eu o vi, finalmente, deitado na cama, de olhos fechados e, pelo que parecia, num sono profundo.
   Tentei não fazer barulho para não acordá-lo, embora soubesse que se não fizesse isso ele acabaria se atrasando pra aula.
Eu não me importava com isso. Eu queria ficar ali e esperar a primeira aula do dia passar enquanto eu ficava olhando ali para ele, dormindo, quietinho. Mas eu sabia que se fizesse isso, alguém viria atrás de mim. Ou melhor, iria até o meu verdadeiro quarto e não me acharia. E como o Níkolas também não estaria em sala, eles viriam até o quarto e nos pegariam ali. Ia ser confusão, então, com muita relutância, resolvi chamá-lo:
   - Níkolas, Níkolas.
   Ele se remexeu e abriu os olhos.
   - Ta na hora da aula. Vamos!
   Os olhos dele estavam inchados e eu vi que ele tinha chorado.
   - Ta tudo bem? – eu perguntei.
   Ele ficou calado um tempo e finalmente disse:
   - Ta! – se levantou, pegou as coisas e saiu do quarto.
Ele estava estranho e eu vi que ele não tinha sido nada sincero comigo quando disse que estava tudo bem.
   Fui para a aula com a minha cabeça longe.
    Nunca nada acontecia comigo, então eu sempre tinha capacidade emocional de me concentrar. Agora minha vida estava uma loucura e prestar atenção na aula definitivamente não dava.
Quando voltei pro meu quarto, no fim da aula, ele já estava de novo deitado na cama e dormindo – ou pelo menos fingindo.
    Tomei meu banho, voltei para o meu verdadeiro quarto para a contagem e depois, quando eu estava indo dormir, ele finalmente resolveu falar:
   - Você esta ocupada?
   - Não pra você. – me odiei por ter falado isso.
    Nessa hora o menino da escada veio na minha cabeça na hora e eu fiquei um pouco tonta com o a incoerência entre o que eu tinha dito e com o que eu pensava.
   Ele pareceu se intimidar com minha resposta e depois de algum tempo, falou:
    - Aconteceu uma tragédia. – eu percebia nitidamente na voz dele o quanto dizer aquilo estava sendo difícil. Levantei da minha cama e sentei ao lado dele, na dele.
   Num impulso ele segurou a minha mão e eu me senti petrificar.
Não falei nada, esperei ele dizer alguma coisa. Mas ele não disse.
   - O que foi? – eu disse tentando reunir na voz toda ternura que existia em algum lugar dentro de mim.
   - Meu pai... – ele engoliu seco – sofreu um acidente.
   Lágrimas escorriam no rosto dele e eu sabia como era perder um pai. Sabia que estava sendo muito difícil pra ele.
    - Ele estava numa construção que estava projetando, quando uma peça de metal desprendeu e o atingiu. Minha mãe esta inconsolável. – eu também sabia o que era ver uma mãe inconsolável.
   - Mas o que seu pai faz? – me senti mal por ter perguntando, mas minha curiosidade foi maior.
   Ele teve uma certa dificuldade em responder, e eu não entendi o porquê.
   - Ele é engenheiro.
    Filho de engenheiro numa escola daquela? Que coisa estranha! Ali eu entendi que havia muita coisa na vida dele que eu desconhecia completamente, mas que eu desejava saber. Não era a hora para isso, e então eu fiz a pergunta mais difícil:
   - E ele esta bem? – era claro que não estava.
    - Não, Lisa. Ele não resistiu e morreu. – e aos prantos ele se encostou no meu ombro. Eu o abracei com uma das mãos, enquanto ele segurava a outra, e fiquei completamente confusa: ele havia me chamado de Lisa – o que ninguém nunca havia feito – e eu fiquei feliz com nosso grau de intimidade, embora estivesse muito triste por ele estar passando por tudo aquilo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

12ª parte do conto

O amor mais sublime.

    Eu tinha certeza de que ele tinha chorado na noite passada enquanto eu orava. Eu não sabia por que e nem quis perguntar. Era como se eu precisasse do silêncio entre a gente para me manter forte... qualquer palavra parecia me desmoronar.
O fim da semana estava próximo e era extremamente insuportável saber que eu teria que voltar para casa.
    Mas voltei. Quer dizer, não pra minha casa, mas para casa da minha prima, o que piorou e muito as coisas. Eu me sentia um peixe totalmente fora d’água.
   - Lisa, como você foi para a escola na segunda feira? – estranhei muito ela ter se preocupado com isso... e só agora.
   - Eu sabia mais ou menos. Quando viemos da rodoviária nós passamos em frente. É um pouco longe, mas deu pra ir.
   - Ah! – ela suspirou.
   Engraçado né? Acho que qualquer pessoa em sã consciência se preocuparia, mas ela pareceu indiferente.
Os dias se passaram arrastados e quando eu acordei na segunda feira eu estava muito animada.
    Quando cheguei na escola e coloquei minhas poucas coisas no meu quarto – ou melhor, no quarto do Paulo e do Níkolas – eu percebi que não havia nenhuma coisa dele por lá. Eu confesso que me desesperei completamente.
   Eu podia não falar nada com ele, mas era muito estranho não tê-lo por perto.
    Era como se eu soubesse que no meio de tanta coisa, no meio de tanta complicação, haveria alguém pra me apoiar quando eu precisasse. Era verdade que eu tentava ao máximo não dizer alguma coisa, mas era muito bom saber que se eu precisasse ele estaria ali para me ouvir.
   Ele também parecia me evitar, mas eu sabia que ele pensava parecido comigo. Não tinha como saber certamente, mas eu sentia isso.
Os dias passavam como se tivessem setenta e duas horas, e não vinte e quatro. Pareciam nunca acabar.
   Mas foi na quarta feira que eu compreendi tudo aquilo que estava acontecendo comigo.
    Eu estava voltando do almoço... eu estava subindo a escada, de cabeça baixa, absorta – como sempre – nos meus infinitos pensamentos, quando de repente bati em alguém.
   - Desculpa! – disse a voz.
   Quando olhei para ver quem era quase caí para trás. Em todos os meus sonhos românticos, eu nunca havia imaginado ninguém como ele. Era um menino lindo. Quer dizer, não era a coisa mais linda do mundo, mas ele tinha um sorriso, um olhar de compaixão que me enfeitiçou e eu senti cada músculo, cada artéria, cada célula do meu corpo se estremecendo.
Eu não consegui falar nada. Só sorri e continuei subindo a escada.
   Não era isso que eu tinha sentido quando vi o Níkolas. Era uma coisa completamente desconhecida para mim.
    Cheguei no meu quarto e deitei na cama pensando naqueles olhos, pretos e profundos, olhando pra mim e sorrindo. Como eu era idiota! Um menino daquele nunca falaria comigo. Eu era magrela, com um uniforme cinco números maiores que eu, cabelo ruim, pobre e nenhuma coisa para chamar atenção. E ele? Ele era do tipo que só se interessava por garotas perfeitas, e perfeição, definitivamente, não era meu forte.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

11ª parte do conto

Meninas, desculpem não ter postado ontem , não deu tempo ... mas hoje postei uma parte maior.
beijos :*




Eu já tinha tomado meu banho, mas eu não queria encontrá-la de novo. Eu não queria transparecer estar apaixonado e, o pior, provar pra mim mesmo isso.
   Eu nunca entendia por que as pessoas faziam algo que sempre as faria sofrer, ou seja, eu não sabia por que as pessoas insistiam em amar umas as outras.
   Eu acreditava no amor sim, mas não da maneira que todo mundo diz. Eu gostava das pessoas – da minha família (amigos eu não tinha) – mas não amava. Eu não suportava fazer de uma pessoa o motivo da minha vida, e agora eu detestava a hipótese de me ver sem a Elizabeth.
Saí do banho e ela estava la, absorta em pensamentos. Eu queria lê-los, mas ela não transparecia nenhum sentimento. Demorou alguns segundos pra perceber que eu tinha chegado. Quando me viu, não disse nada. Simplesmente pegou as suas coisas e foi tomar o seu banho. Eu deitei na cama tentando de todas as maneiras me concentrar no meu livro, mas eu apenas lia as palavras. Meus pensamentos estavam longe, nem sei onde ao certo.
   Em questão de pouco tempo, ela saiu do banho. Ela parecia muda, incapaz de falar qualquer coisa que fosse.
   Tirou os cadernos da mochila e começou a estudar.
Eu não sabia como ela podia se concentrar... concentração, naquela hora, era algo muito impossível pra mim. Olhei pra ela ali, com a cabeça entre as mãos, lendo, lendo, lendo e me perguntei se ela sentia alguma coisa por mim.
   Me senti um completo idiota por estar admitindo isso... eu não podia estar apaixonado, não podia mesmo! Isso não existia, com certeza não existia. Mas se não existia, o que era aquilo que eu estava sentindo? Eu daria tudo para entender como funcionava a cabeça dela... daria tudo para entender o que eu estava sentindo e não querendo sentir... eu daria qualquer coisa pra, finalmente, entender tudo isso!
 Depois de me convencer que era realmente impossível manter a minha atenção no livro, eu levantei – e ela pareceu nem notar – fui ao banheiro, escovei meus dentes e voltei para cama e fui dormir.
   - Boa noite. – ela me disse, o que me assustou.
   - Boa noite! – eu respondi completamente sem graça.
    Virei para o canto. A luz do quarto estava acesa porque ela estava estudando. Mas na verdade eu não queria dormir, eu queria simplesmente pensar nas muitas coisas que tinham acontecido naquele dia.
Quando, do nada, a luz se apaga. Ela então acendeu o abajur da escrivaninha. Achei delicado o gesto dela.
   - Pode deixar acesa se você quiser – eu disse tentando parecer educado.
   - Não. Eu enxergo bem!
    Pelo tom que ela tinha usado, deduzi que a conversava estava encerrada. Me aconcheguei e tentei cair no sono. O silêncio estava sendo muito chato. As vezes eu ouvia o virar das folhas do livro, ou alguma coisa assim.
   Se passou uma hora, ou dez minutos, eu não sei dizer, mas decorrido algum tempo ela apagou o abajur e - como não ficava completamente escuro mesmo com todas as luzes apagadas - eu a vi se ajoelhar, apoiar os cotovelos na cama e começar a orar. Ela parecia bastante íntima de Deus, e isso me lembrou a minha mãe. Nessa hora a saudade foi terrível. Não consegui evitar, e comecei a deixar cada lágrima sair.



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

10ª parte do conto

A porta se abriu, e num impulso eu levantei da minha cama – quer dizer, da cama do Paulo – e sai do quarto. Não trocamos palavra alguma e eu fui o mais devagar possível ao encontro do Níkolas. Eu não tinha certeza se eu queria vê-lo, se eu queria enfrentá-lo de novo.
   Comecei a pensar em tudo... na minha mãe, na minha vida até ali e principalmente como as coisas seriam dali para frente. Estava tudo muito louco, tudo muito confuso. E se eu tinha certeza de alguma coisa, era que eu iria precisar de alguém, mais do que nunca. Alguém pra estar comigo sempre que eu precisasse... e ali, naquele momento, não havia ninguém além do Níkolas. Isso realmente me assustou!
Quando entrei no quarto ele estava sentado na cama. Quando ele viu que eu tinha aberto a porta, levantou a cabeça de repente, olhou pra mim – eu detestava aquele olhar (ou amava, não sei) – e sorriu.
   - Você ta melhor?
   Fiquei constrangida com a pergunta. Me deu a impressão de que ele tinha pensado que eu estava louca, ou coisa assim. O mais engraçado que o seu sorriso não era de alguém que tinha achado tudo aquilo engraçado, e sim um sorriso de quem se preocupava.
   - Estou sim. – e sorri sem jeito.
Graças a Deus ele se levantou, pegou a toalha e foi se banhar. Ele não disse mais nada e isso me aliviou.
    O fato era que se ele tinha me esperado só pra ver como eu estava, ele se preocupava. Pelo jeito que ele me olhava e sorria quando ele me via eu sabia que ele já me amava, de alguma forma. E, detesto admitir, eu também o amava – de alguma maneira estranha, improvável e desconhecida... mas eu amava!
Como funciona?

   Ela tinha entrado no quarto e parecia assustada por eu ter perguntado ela se ela estava bem. Talvez tenha realmente sido meio indelicado da minha parte, mas o fato era que eu me preocupava. Eu não sabia explicar como aquilo aconteceu, mas eu já sentia alguma coisa por ela.
   Peguei minhas coisas e vim tomar um banho. Eu precisava relaxar, precisava me concentrar para colocar tantos pensamentos e tantas coisas em ordem.
    Eu não acredito no amor, eu não acredito que as pessoas podem se amar como eles dizem que podem, e também não acredito que pra ser feliz é preciso ter alguém. Amor nunca trás felicidade, nunca! No meu modo de ver as coisas, existem apenas duas coisas no universo: interesse e amigos – e eu não tenho nenhum dos dois.
Mas naquele dia, vendo ela ali, eu fiquei com medo de estar sentindo a coisa que eu achava mais idiota. Fiquei com medo de que toda a certeza e toda força que eu fazia para manter essa certeza viva em mim, acabasse ali. Eu fiquei com medo, realmente, de estar amando.
   Isso me deixava com medo, com muito medo.




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

9ª parte do conto

Quando eu o vi falando daquele jeito com a Elizabeth, eu queria partir pra cima dele.
    Se ele tinha reparado ou não que ela estava chorando, eu não sabia. Só sei que ele não amenizou o seu tom de voz com ela. Ela, sem dizer palavra alguma, e ainda chorando, saiu do quarto correndo.
   Eu queria sair atrás dela e abraçá-la, consolá-la.
Com um ódio imenso se apossando de cada pedaço do meu corpo, eu gritei:
   - Você não tinha o direito de falar assim com ela, palhaço.
   O Paulo pareceu se assustar. Começou a rir com uma cara de deboche e disse:
   - Não? E por quê?
   - Se você não reparou, ela estava chorando. Ela estava com medo e eu queria ajudar.
   - Nossa, então vocês viraram melhores amigas? Que lindo de vocês! – ele disse em um tom completamente sarcástico. – Eu to pouco me ligando pro que ela ta passando ou não!
   Eu realmente teria partido pra cima daquele idiota se não fosse a fiscalização batendo e logo em seguida abrindo a porta.
 O soldado entrou no nosso quarto. Acho que ele percebeu que havia alguma coisa errada ali, algum peso na atmosfera. Mas não perguntou nada. Olhou, olhou, olhou e saiu.
   Quando ele saiu, olhei pro Paulo com todo ódio que consegui reunir. Ele não disse nada. Simplesmente foi até o banheiro, pegou alguma coisa, e saiu.
   Eu não sabia o que fazer, só sei que queria tê-la ali perto de mim, de novo.

Ele me amava, com certeza.

    Eu tinha me assustado com a rapidez e a maneira que o Paulo tinha entrado no quarto e brigado comigo. Eu tinha me assustado e isso se somou com a vergonha que eu estava por ter abraçado o Níkolas tão de repente... então eu corri. Não vi nada mais próprio pra se fazer.
    A soldado tinha entrado, conferido tudo, e tinha saído. Eu sabia que a qualquer momento o Paulo voltaria e eu teria que voltar e encarar aqueles olhos do Níkolas me olhando de uma maneira que eu não entendia. Eu não sabia, até agora, o que me apavorava mais: os olhos dele ou toda essa história de quartos clandestinos.
Eu estava prestes a falar tudo pra ele quando o Paulo entrou no quarto, e eu era capaz de agradecer por isso ter acontecido... conversar sobre sentimentos nunca foi o meu forte, ainda mais com uma pessoa que eu tinha acabado de conhecer. Mas é que quando o desespero bate, a gente faz coisas que não pensamos, literalmente.



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

8ª parte do conto

sem muito blablablá, vamos ao conto :





Estranho, mas foi sincero!

    ... eu o abracei. Era estranho, mas era sincero. Ele tinha chegado e se apresentado como Níkolas e era só isso que eu sabia dele. Mas tinha alguma coisa no jeito como ele falava, no jeito como ele tentou me tranqüilizar, que me chamou a atenção.
   Sim, ele poderia ser um louco, ou um ladrão, ou um psicopata, ou qualquer outra coisa, mas o fato era que eu sabia, sem saber como, que eu poderia contar com ele.
   Eu o abracei, num impulso. Uma pequena distância me separava dele, e foi fácil alcançá-lo.
    De imediato ele pareceu sem reação, e é claro que eu esperava isso dele. Mas depois de algum tempo, senti as mãos dele nas minhas costas e me dei conta de que ele estava retribuindo o abraço.
Ficamos ali algum tempo, daquele jeito. Quando eu finalmente o soltei ele olhou pra mim como se aquele abraço tivesse calado toda a voz dele. Me perguntei se ele estava me achando louca, mas sem precisar dizer nada, ele me disse:
   - Nossa, você é estranha.
    Eu me assustei com isso. Pelo o que eu sabia era meio inconveniente dizer a uma pessoa que ela era estranha. Acho que ele percebeu, pela minha expressão, tudo o que eu pensei.
   Com uma risadinha, disse:
   - Não, não foi isso que eu quis dizer. É que me pegou de surpresa, foi só.
   - Desculpa, mas é que eu precisava disso.
    - Não precisa se desculpar. As pessoas tem essas necessidades mesmo, e eu te entendo perfeitamente. Eu também queria ter alguém assim, pra confiar, e não tenho. Talvez você assim também, e eu acho super normal o que você fez.
   Acho que ele tinha lido meus pensamentos.
- É, eu estou meia desesperada por algum carinho, ou alguma coisa assim. – e sorri meio sem graça.
   - Sei bem como é isso.
    Ali, naquela hora, com o sorriso que ele deu, eu tive certeza de que eu estava em frente a alguém que não seria apenas o ‘meu companheiro de quarto’. Ele seria mais que isso... com certeza seria.


 Um idiota a mais.

    Ela me olhava de um jeito tão diferente. Eu podia sentir o calor do repentino carinho que ela sentia por mim. Ela era Elizabeth, e eu só sabia isso até agora.
   Minha mãe dizia que quando uma pessoa começa a abrir o coração para a gente, nós devemos escutar, afinal, é no coração que as coisas mais puras e verdadeiras estão guardadas... é no nosso coração que estão nossos medos, nossas fraquezas, nossas vergonhas... é o coração que guarda o mais puro e o mais detestável sentimento. Há coisas que uma pessoa guarda pra si mesmo a vida inteira... e aonde? No coração. E um lugar assim, onde guardamos nossa identidade, deve ser bem cuidado. Não devemos abri-lo e expô-lo assim, tão fácil. E ali, vendo que ela estava abrindo o coração pra mim, vendo que ela tinha começado a me contar seus sentimentos mais íntimos, eu esqueci do mundo e prestei atenção unicamente nela. Não estava sendo fácil – eu via isso pelo fato de que ela não estava falando mais nada -, mas de ver ela ali, olhando pra baixo, tentando reunir forças e escolhendo o que falar, eu pude compreender que ela tinha muita coisa pra botar pra fora. Eu iria ouvi-la e ficaria ali, dias e dias se fosse preciso, esperando ela se abrir comigo. Aquele silêncio fazia parte da ‘abertura-do-coração’, e eu sabia que se eu ficasse ali, esperando, talvez ela chegasse a conclusão de que eu não era igual aos meninos que ela era acostumada a conversar. Por curiosidade, por amor, por compaixão, eu não sei... mas só sei que esperei.
 Depois de ter esperado um longo tempo, parado ali em frente a ela como um idiota, ela levantou a cabeça, suspirou tentando engolir o choro, e começou a falar:
   - Eu não estou com medo do que vai acontecer aqui dentro comigo, eu estou com medo do que vai ser e de como vai ser quando eu sair daqui. Eu não quero voltar pra casa da minha tia, não quero ter que ficar la me sentindo completamente inferior.
   Eu não entendi nada do que ela estava falando. Ela dizia como se eu a conhecesse a séculos e soubesse de cada coisa que ela tinha passado.
   De repente a porta se abriu. Era o Paulo que entrou morrendo de raiva e gritando:
   - Eu disse que era sete horas. Já são mais que isso. Se nos pegarem a culpa é sua, menina.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

7ª parte do conto

Comentem, por favor .
vamos ao conto :




Eu percebi que ela era do tipo de pessoa que, ou você fazia o que ela mandava, ou então você se meteria numa baita encrenca. Assenti com a cabeça e levantei pra sair.
   - Espera, eu vou te levar até la. – ela disse.
   Ela se levantou e me levou a um quarto que ficava no andar superior.
    Pelo o que eu vi, aquilo la era comum. Quer dizer, não muito comum, mas tinha pessoas que faziam isso. Geralmente era os alunos mais velhos. Acho que a disciplina, naquele ponto ali, era falha. Ela me deixou na porta de um quarto e disse:
   - É ai. Deixa suas coisas e volta la pro meu quarto as sete. A fiscalização é por volta dessa hora.

 Sempre que as pessoas faziam algo de errado, nada acontecia. Mas quando eu resolvia fazer, sempre eu era descoberta. O medo se aposso de mim. Quando entrei eu vi que o quarto estava vazio, não tinha ninguém. Não tinha nada, exceto por algumas peças de roupa masculinas, que imaginei que fosse do Paulo para despistar os fiscais. Imaginei que aquela fosse minha cama, e então coloquei minhas coisas nas gavetas em baixo da cama de modo que nada aparecesse. Na outra cama tinha um livro aberto e eu sentei para lê-lo. Quando peguei o livro nas mãos a porta se abriu e de um salto eu me levantei, toda sem jeito.

Minha estranha colega de quarto.

    Eu tinha acabado de subir pro meu quarto e quando abri a porta vi uma menina que parecia ter acabado de fazer algo muito errado. Depois de reparar bem vi que ela estava lendo meu livro, e tinha apenas se assustado com o abrir da porta.
   Ela me olhou de um jeito que me fez sentir o que eu nunca havia sentido. Sua expressão de imenso horror me seduzia, em alguma parte de mim.
   - Oi.
   Ela pareceu se assustar com o fato de que eu pudesse falar. Parecia que ela pensava que eu era algum boneco sem boca e sem curiosidade. Olhou pra baixo, num ato de extrema timidez:
   - Oi. – ela respondeu.
- O que você esta fazendo aqui?
   - Não sei.
   Não entendi o que ela quis dizer, mas decidi não perguntar. Ela parecia frágil demais pra qualquer questionamento.
    Ela olhou na minha direção e me perfurou com aqueles olhos tão pretos e tão intensos. Eu tive a sensação de que ela carregava consigo muita coisa, muita coisa além do que eu podia imaginar.
- Me mandaram ficar aqui. – ela disse. O medo era perceptível na sua voz. - Tem um menino no meu quarto, no meu lugar. Acho que o lugar dele é aqui e ele quer trocar comigo e me disse que se eu não ficasse aqui ele ir...
   - Ta, já entendi. – eu a interrompi. - Eles fazem isso por aqui. Prazer, meu nome é Níkolas. - eu disse estendendo a minha mão.
   Ela sorriu constrangida e estendo a mão pra pegar na minha, respondeu:
   - Prazer. O meu é Elizabeth.
Tinha alguma coisa naquele sorriso, naquele jeito, que eu não conseguia entender, mas que me atraía. Não com segundas intenções, mas eu me apaixonei por aquela menina. Não no sentido literal da palavra... eu sabia que ela tinha passado por muita coisa e eu me apaixonei pela história dela antes mesmo de saber como era. Eu queria desvendá-la, conhecê-la, saber tudo sobre ela.
   Mas de repente o sorriso de sumiu e eu vi que ela estava a beira de lágrimas.
   - Ta acontecendo alguma coisa?
   - Eu estou com medo, medo que alguma coisa aconteça.
Eu não sabia exatamente o que a fazia ter medo, mas sabia que não queria vê-la daquele jeito.
    - Não se preocupe, Elizabeth. Nada vai acontecer. As pessoas fazem isso e eu acho que tem gente que sabe, mas aqui nunca foi uma escola muito rígida, pelo que sei. Não como a gente imagina quando dizem que é uma escola militar. Nada vai acontecer, calma.
   Se ela confiava em mim, eu não sei. Só sei que pareceu se tranqüilizar.
    Ela olhou pro chão um longo tempo e eu me senti um perfeito idiota de estar ali olhando pra ela, sem fazer nada, sem perguntar nada. Ela estava chorando, estava desesperada, mas eu não sabia o que fazer, não sabia o que falar. Foi quando, de repente...










segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

6ª parte do conto

por favor leitores(as), não se esqueçam de comentar pra eu saber se estão gostando.
vamos ao conto :

Tudo muda, tudo se transforma, enfim, parte 2.

    Era seis horas quando minha mãe veio me acordar. Ela tinha uma ternura na maneira com que falava comigo, embora não conseguisse esconder a tristeza e apreensão que estava sentindo com essa minha repentina mudança.
   - Bebê, levanta. Esta na hora.
   Levantei, peguei meu uniforme devidamente passado e engomado e vesti. Fui tomar café e tinha uma mesa linda me esperando. Era assim: ou você tinha muitas coisas, ou você não tinha nada. Me sentei e comecei a comer.
- Seu pai recusou a se levantar pra despedir de você, filho. – disse a minha mãe como uma tristeza inconfundível na voz.
   - Imaginei que isso aconteceria. Ele vai demorar entender minha decisão, mas uma hora acredito e espero que ele entenda.
    Ela abaixou a cabeça e fitou o prato durante um longo tempo. Eu sabia que estava deixando triste a pessoa que eu mais amava, mas era necessário.
   Ela me levou pra escola. Cheguei, desci do carro, pedi a benção dela, beijei-a no rosto e disse que a amava mais que tudo. Ela se emocionou e apenas me abraçou. Não tinha problema ela não ter respondido, eu sabia que ela diria o mesmo pra mim!

Tudo tão estranho!

   Eu entrei na escola, mas estava com um grande medo. Eu estava certa, as meninas já tinham suas companhias, suas turmas. Procurei alguém que parecia responsável o bastante pra perguntar o que eu deveria fazer. Achei uma policial que parecia ser um encanto e perguntei:
   - Com licença, estou chegando hoje e queria saber onde me instalar?
   Ela olhou pra mim com imenso desprezo e com uma voz como se não ligasse respondeu:
   - Procure a sessão de alojamentos, não posso te ajudar.
    Eu sai pedindo informação pra saber onde era tão sessão – aquela escola parecia muito maior vista de dentro – e quando finalmente achei o responsável, ele me levou ao meu quarto. Subimos, subimos, subimos e chegamos. Me entregaram a chave e me deixaram la sozinha.

Eu abri a porta e estava uma zona o quarto. Tinha duas camas, mas todas as duas estavam ocupadas. Peguei minhas coisas e desci as escadas pra dizer que tinham me colocado no quarto errado.
   - As camas estão ocupadas. Acho que vocês me colocaram no quarto errado.
   - Seu nome, por favor.
   - Elizabeth Pereira Silva.
   Depois de consultar a lista novamente, ela disse:
   - Não senhorita, esta certo. Quarto 112.
Sem entender subi de novo, abri a porta e deixei as minhas coisas num cantinho. O mais engraçado é que em cima de uma das camas parecia ter coisas masculinas. Mas eu não fiz nada, desci para o pátio e fiquei esperando pelas instruções de alguém... eu estava completamente perdida.
A aula foi boa, mas achei tudo muito estranho. Meninos não podiam ficar com conversa com as meninas, e as coisas eram totalmente diferentes das demais escolas.
   Quando voltei ao dormitório e abro a porta vejo um casal de namorados se beijando na cama. Era inadmissível aquilo na escola, e quando eles me viram, levaram um susto.
   - Quem é você? – a menina me perguntou e eu percebi seu tom de autoridade.
   - Eu vou ficar nesse quarto, com algum de vocês.
   Eles riram e ele disse:
   - Não, você vai ficar no meu quarto, no meu lugar.
   - Não, eu vou ficar aqui. Aqui que eu tenho que ficar.
Eu não sabia, mas acho que era um pouco obvio que alguém passasse vistoriando os quartos.
    Eles riram mais uma vez, e com um jeito estranho, a menina levantou, me puxou pelo braço e me sentou ao lado dela na cama e com uma voz claramente fingida disse:
   - Meu bem, nessa escola você deve ter as amizades certas pra não se meter em problemas. Eu, com certeza, sou uma amizade certa. Posso estragar ou encantar sua vida aqui nessa escola. Então, para o seu bem, você vai pro dormitório do Paulo. Você vem pra cá as sete da tarde e depois da fiscalização você volta pro quarto dele.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

5ª parte do conto

Agosto de 1976, parte 2

   Há um mês atrás eu tinha uma namorada. Eu pensava que ela era daquelas únicas pessoas que me amasse de verdade. Quando eu disse dos meus planos de viver uma vida normal, ela simplesmente parou de falar comigo. Mas antes de sair completamente da minha vida, ela me disse:
   - Eu namorava com você porque você era diferente, agora você vai se tornar comum demais pra mim.
   Eu entendi que essa ‘diferença’ que eu tinha, era ser rico.
Depois disso desacreditei que existia amor, desacreditei que as pessoas são capazes de se doar umas as outras pelo simples fato de se gostarem. Mas passei a acreditar mais ainda em interesse e tive mais convicção que dinheiro não trás felicidade. Eu poderia falar que passei a dar valor nos meus amigos, mas quais amigos? Eu não tinha!
   Se tinha alguém na minha vida que eu dava valor, era na minha mãe. Ela sim era mulher que merecia tudo que eu poderia sentir. Estava comigo a todos os momentos, em todas as dificuldades, e acima de tudo, era a milha melhor amiga. Acho que isso era o importante, isso que valia a pena!

Tudo muda, tudo se transforma, enfim.

    Eu acordei as cinco horas da manhã com o despertador gritando ao meu lado. A casa estava em total silêncio. Levantei e quando olhei pro meu uniforme em cima de uma cadeira ao lado da minha cama me dei conta de que ele não tinha sido passado. Andei pela casa naquele silêncio imenso e não achei nenhum ferro pra poder passar minhas roupas... o jeito era ir com aquele uniforme todo amarrotado. Quando o vesti vi que a minha prima tinha comprado o maior numero da loja. Eu estava parecendo um saco de batatas, mas não tinha outra solução. Definitivamente aquele não seria um bom primeiro dia de aula.

Quando eu chego na cozinha é que eu me dou conta de que não havia café, nem nada. Eu não queria acordar a Val – era o apelido ‘carinhoso’ da minha prima. Comi um pão que estava em cima da geladeira e voltei pra conferir as minhas coisas no meu ‘quarto’. Eu não tinha nem desfeito a minha mala – que era minúscula – e agora era só colocar as poucas coisas que eu tinha tirado, dentro dela de novo e ir pra escola.
   O segundo semestre já tinha começado a uma semana e eu sabia que a essa altura as pessoas já haviam feito amizades e as panelinhas haviam se formado. Encontrar algum amigo agora iria ser difícil.
Eu tinha uma vaga noção de onde era a minha escola. Tínhamos passado em frente quando estávamos voltando da rodoviária.
    Peguei minha mochila e saí. Ainda estava um pouco escuro, com alguns raios solares atrás dos prédios, e o medo se apossou de mim. Mas continuei andando.
   Andei, andei, andei, andei e não cheguei. Pensei ter pegado o caminho errado. Mas não tinha outro jeito, tinha quer por ali. Andei mais um pouco e finalmente avistei a escola. Me deu um alívio e apressei o passo... eu estava atrasada.