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quarta-feira, 3 de março de 2010

18ª parte

meninas, tem alguém lendo o conto ainda ?
se tiver, comentem... caso contrário vou parar de postar.
beijos :*

Quando chegamos na fazenda eu fiquei pasma. Era uma casa enorme, muito mais bonita que qualquer outra casa – até a dele. Era muito linda mesmo.
   - Nossa, graças a Deus nós chegamos. – disse ele descendo do carro.
   Eu sorri e concordei com a cabeça.
   Quando descemos ele foi pro meu lado e disse:
   - É bom saber que você esta aqui. Graças a isso vai ser um final de semana muito perfeito. – e sorriu.
    Confesso que a intensidade com que ele disse isso, o jeito que a voz saiu e a expressão que ele tinha no rosto me fez querer que aquilo durasse pra sempre, e não um final de semana apenas.
   Por isso, exatamente por isso, eu não entendia o que se passava comigo. Eu não sabia o que eu sentia, o que eu queria. Estava tudo muitíssimo louco.
 Eu estava com muita vergonha de conhecer os familiares dele, mas eu sabia que agora era tarde pra ter pensado nisso.
   Eu fiquei em silêncio o tempo todo até chegarmos a mãe dele.
    Quando ele a viu, ele soltou a minha mão e correu para abraçá-la. Isso me deu um grande aperto no coração... eu daria tudo para ter a minha mãe ali para fazer o mesmo!
   - Mãe, essa é a Lisa.
   - Oi. – eu respondi sem graça.
    Ela abriu um sorriso muito acolhedor e me cumprimentou. Como o Níkolas ela parecia não ligar muito para o fato que eu não tinha nem metade do que ela tinha.
Foi um dia muito agradável, conversamos bastante e eu parecia já ser de casa.
    O quarto onde eu fiquei era imenso, e era muito bonito. Meio rústico, mas muito lindo. Ficava do lado do quarto do Níkolas e da mãe dele.
   Quando eu saí do meu quarto para ir tomar um banho a porta do quarto dos dois estava entreaberta e eu pude ouvir:
    - .. ela é meio que diferente de todas, sabe mãe? Ela não tem essa coisa de gostar de mim pelo meu dinheiro. Antes mesmo dela saber tudo sobre mim ela já tinha feito coisas que ninguém havia feito por mim.
   - E você gosta dela?
    - É ai que ta o mistério... as vezes da vontade de casar com ela, mas as vezes eu vejo que tudo que eu quero é protegê-la, de vê-la bem, de fazer tudo por ela, só que como amigo. Eu imagino que se um dia der alguma coisa a mais entre a gente, vai estragar a amizade. Não acredito que amor é eterno, não mesmo. E eu quero que o que há entre eu e ela seja para sempre.
   Eu não queria ouvir mais... passei o mais silencioso que pude pela porta e fui para o banheiro.Havia turbilhões de pensamentos embolados na minha cabeça e uma vontade muito grande de gritar!
Confesso que eu já imaginava isso. E confesso também que às vezes duvidas assim passavam na minha cabeça. Mas era muito estranho ouvir isso com todas as letras.
   Eu tomei o meu banho e fui dormir.
   Antes de deitar milhões de coisas passaram na minha cabeça, eu confesso que estava ficando meio louca.
   Tentei pegar no sono, mas ele parecia extremamente distante.
   Depois de muita dificuldade, dormi.
- Lisa, Lisa!
   Remexi na cama. Abri os olhos e vi o Níkolas olhando para mim. Fiquei com vergonha.
   - Hum. – eu respondi.
   - Levanta, ta chovendo. Coloca isso que ta frio. – disse ele atirando alguma coisa sobre mim.
   Não entendi qual a necessidade de me chamar para ver a chuva.
   Ele saiu do quarto e eu me levantei e vesti uma roupa. Quando olhei para a janela me surpreendi. Tudo muito branco, galado!
   Coloquei o agasalho que ele tinha me emprestado e saí. Estava muito frio.
   Passando pelo relógio vi que eram pouco mais de sete horas.
   Ele estava na porta da casa me esperando. Quando cheguei perto dele, ainda tonta de sono, ele disse:
   - Olha que lindo!
   Quando olhei pro horizonte me deu vontade de chorar.

segunda-feira, 1 de março de 2010

17ª parte

Ele entendeu o meu constrangimento e disse:
   - Desculpa.
   - Não foi nada. É que você nunca tinha feito isso antes.
   - Eu sei. – ele riu.
   E voltamos àquele silêncio.
- Nossa, esses bolinhos são as melhores coisas que eu já comi. – ele disse e estava comendo desesperado os bolinhos. – Aceita? – e me estendo a vasilha.
   - Não, obrigada. – eu não queria estragar o prazer dele.
   Ele comia com a melhor reação do mundo.
   - Meu pai não permitia frituras, por isso nunca comi.
   Eu ri e disse:
   - Depois eu faço mais para você.
   - Você sabe fazer isso? – ele perguntou espantado.
   - Sei. – eu respondi indiferente.
    Vi que pela sua reação ele seria capaz de me beijar novamente, mas ainda bem que ele não fez isso. Se seguiu um tempo e um silêncio imenso.
- Sua tia é estranha. – ele disse de repente.
   - Ela não é minha tia. É minha prima.
   - Ah sim, desculpa. Mas achei estranho ela não perguntar nada.
    - Normal. Ela esta mais preocupada se vai acontecer alguma coisa com você do que comigo. Ela não liga se eu vou morrer ou não. – eu ri.
   - E você ri disso? – ele perguntou espantado.
   Eu me senti corar e respondi:
    - Ué, chorar eu não vou não é? Quando vim para cá eu não esperava atenção dela. Imagino que tenha sido besteira irmos la. Ela ficaria feliz se eu não voltasse para casa, seja qual fosse o motivo.
   Ele pareceu se espantar:
   - Mas por que você veio morar com ela então?
   Nós nunca tínhamos falado disso e eu me senti estranha ao tocar no assunto.
   - É uma longa história.
Para minha felicidade ele entendeu que ‘essa é uma longa história’ era uma maneira carinhosa de dizer que eu não queria falar no assunto.
   - Ta, um dia você me conta.
   Eu sorri e seguimos todo o resto do caminho em silêncio.
Começamos a entrar em um bairro que eu nunca havia imaginado existir. Casas maravilhosas, tudo muito perfeito.
   Paramos em frente a uma casa muito linda. Ele pegou a minha mão e disse:
   - Vem.
    Fiquei meio constrangida e descemos. Ele pareceu não perceber o meu nervosismo. Tentei não olhar pros lados, mas foi difícil. Entramos na casa e eu fiquei maravilhada com tanta coisa bonita.
   - É rápido. – ele disse. – Fica a vontade.
   Sentei no sofá e quase afundei de tão macio. Era tudo muito impecável, tudo muito perfeito.
Após algum tempo ele chegou.
   - To pronto, vamos?
   Eu sorri, me levantei e nós saímos.
   - Bonita sua casa. – me achei muito idiota por ter dito isso.
   - Sempre que quiser aqui, venha. Vou adorar.
   Me constrangi um pouco por ele falar isso, e só sorri meio sem graça.
Entramos no carro e ficamos em silêncio.
   Eu estava começando um pouco de medo em relação aos sentimentos dele. Eu não sentia nada por ele a não ser amizade, mas eu não conseguia entender se ele sentia apenas isso por mim ou se havia mais alguma coisa.
   A viagem foi tranqüila e demorada. Umas duas horas.
   Conversamos pouco, mas foi bom.
    As vezes eu olhava para ele e via que ele também olhava para mim. Isso bagunçava a minha cabeça mais ainda. Tudo muito confuso.