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domingo, 21 de fevereiro de 2010

11ª parte do conto

Meninas, desculpem não ter postado ontem , não deu tempo ... mas hoje postei uma parte maior.
beijos :*




Eu já tinha tomado meu banho, mas eu não queria encontrá-la de novo. Eu não queria transparecer estar apaixonado e, o pior, provar pra mim mesmo isso.
   Eu nunca entendia por que as pessoas faziam algo que sempre as faria sofrer, ou seja, eu não sabia por que as pessoas insistiam em amar umas as outras.
   Eu acreditava no amor sim, mas não da maneira que todo mundo diz. Eu gostava das pessoas – da minha família (amigos eu não tinha) – mas não amava. Eu não suportava fazer de uma pessoa o motivo da minha vida, e agora eu detestava a hipótese de me ver sem a Elizabeth.
Saí do banho e ela estava la, absorta em pensamentos. Eu queria lê-los, mas ela não transparecia nenhum sentimento. Demorou alguns segundos pra perceber que eu tinha chegado. Quando me viu, não disse nada. Simplesmente pegou as suas coisas e foi tomar o seu banho. Eu deitei na cama tentando de todas as maneiras me concentrar no meu livro, mas eu apenas lia as palavras. Meus pensamentos estavam longe, nem sei onde ao certo.
   Em questão de pouco tempo, ela saiu do banho. Ela parecia muda, incapaz de falar qualquer coisa que fosse.
   Tirou os cadernos da mochila e começou a estudar.
Eu não sabia como ela podia se concentrar... concentração, naquela hora, era algo muito impossível pra mim. Olhei pra ela ali, com a cabeça entre as mãos, lendo, lendo, lendo e me perguntei se ela sentia alguma coisa por mim.
   Me senti um completo idiota por estar admitindo isso... eu não podia estar apaixonado, não podia mesmo! Isso não existia, com certeza não existia. Mas se não existia, o que era aquilo que eu estava sentindo? Eu daria tudo para entender como funcionava a cabeça dela... daria tudo para entender o que eu estava sentindo e não querendo sentir... eu daria qualquer coisa pra, finalmente, entender tudo isso!
 Depois de me convencer que era realmente impossível manter a minha atenção no livro, eu levantei – e ela pareceu nem notar – fui ao banheiro, escovei meus dentes e voltei para cama e fui dormir.
   - Boa noite. – ela me disse, o que me assustou.
   - Boa noite! – eu respondi completamente sem graça.
    Virei para o canto. A luz do quarto estava acesa porque ela estava estudando. Mas na verdade eu não queria dormir, eu queria simplesmente pensar nas muitas coisas que tinham acontecido naquele dia.
Quando, do nada, a luz se apaga. Ela então acendeu o abajur da escrivaninha. Achei delicado o gesto dela.
   - Pode deixar acesa se você quiser – eu disse tentando parecer educado.
   - Não. Eu enxergo bem!
    Pelo tom que ela tinha usado, deduzi que a conversava estava encerrada. Me aconcheguei e tentei cair no sono. O silêncio estava sendo muito chato. As vezes eu ouvia o virar das folhas do livro, ou alguma coisa assim.
   Se passou uma hora, ou dez minutos, eu não sei dizer, mas decorrido algum tempo ela apagou o abajur e - como não ficava completamente escuro mesmo com todas as luzes apagadas - eu a vi se ajoelhar, apoiar os cotovelos na cama e começar a orar. Ela parecia bastante íntima de Deus, e isso me lembrou a minha mãe. Nessa hora a saudade foi terrível. Não consegui evitar, e comecei a deixar cada lágrima sair.



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