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sábado, 13 de fevereiro de 2010

4ª parte do conto

sem muito blablablá, vamos ao conto :


Muito prazer, parte 2!

   Oi, meu nome é Níkolas, e hoje eu tenho 16 anos. Foi estranho ter saído de casa tão cedo. Quer dizer, eu não saí completamente de casa porque ainda vou voltar nos finais de semana, mas acho muito errado a idéia que meu pai tem ao pensar que eu quero seguir os passos dele. Sempre tive as melhores escolas, as melhores roupas e as melhores coisas, mas agora decidi que não é isso que eu quero. Eu quero ter minha independência, mesmo que parcial.
Meu pai é um grande engenheiro e as vezes me pressiona a ser o mesmo. Mas eu não quero isso pra mim! Eu quero, mesmo que pareça idiota, pilotar aviões. É meu grande sonho. Já andei varias vezes de avião, mas eu quero, futuramente, sentir a emoção de pilotar um. Meu pai, como muita gente, não entende esse desejo... dizem que não se ganha muito dinheiro, mas quem disse que eu quero muito dinheiro? As pessoas tem realmente essa mania de achar que todo mundo é igual né? Isso me irrita!
Desde pequeno eu vivi rodeado por grandes fortunas e vejo o que ela fez com a minha vida e a vida da minha família: eu nunca tive amigos verdadeiros, daqueles que se pode contar a toda hora... se eu ficar pobre amanhã, todos somem! O casamento dos meus pais? É uma droga... meu pai trabalha tanto que eu e minha mãe raramente o vemos. Eu realmente não quero nada disso, eu não quero que coisas materiais estraguem a minha vida! Talvez seja a essa uma das únicas certezas que eu tenho, mas com certeza é mais forte de todas.
É justamente tamanha certeza que me fez agarrar a primeira oportunidade de sair de casa. Abriu algumas inscrições pra escola militar, uma escola onde tem dormitórios e a gente fica a semana toda, sem voltar pra casa. Eu fiz a inscrição e pra surpresa geral, fui chamado.
   - Níkolas, eu sempre fiz de tudo pra você ter as melhores coisas e agora você vai desperdiçar tudo isso indo pra uma escola de gente comum?
   - Pai, eu sou uma pessoa comum!
   - Você não é comum, filho. Você é herdeiro de uma grande empresa, tem que ter alguma instrução pra dar continuidade aos negócios.
   Eu simplesmente saí. Não queria mais uma vez aquela discussão que não iria levar a nada.
Minha mãe tinha grande dificuldade pra engravidar, mas sempre foi muito íntima de Deus e como um milagre se engravidou de mim. Eu era filho único e sabia que seria assim pra sempre. E justamente por isso eu sabia que toda a responsabilidade sempre seria minha.
   Mas eu estava cansando de ter coisas falsas na minha vida: o falso casamento dos meus pais, os falsos amigos, os falsos sonhos, as falsas alegrias. Tudo que eu tinha eu sabia que era por causa do dinheiro e tudo que eu sentia falta eu também sabia que era por causa dele. Entrando praquela escola eu seria totalmente desconhecido, seria como qualquer outra pessoa e talvez eu teria amigos verdadeiros. Amigos que gostassem de mim, e não da minha conta bancária.

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